“Eu sempre quis ser mãe, mas depois que me casei, em 2003, a vontade aumentou. Começamos a tentar logo no início e passamos os sete anos em que durou nosso casamento nesta luta. Hoje, estou divorciada há seis anos e tenho um namorado.
O processo tem sido bem triste porque sempre ouvi dos médicos a mesma coisa. Há anos. Todos dizem que tenho o útero fértil, que está tudo perfeito comigo e que eles não entendem o porquê de eu não engravidar.
Fiz vários exames, inclusive a histerossalpingografia, que detectou trompas normais e sem obstruções, e útero perfeito. Minha ansiedade ia aumentando e, neste meio tempo, já tentei aquelas simpatias que todo mundo indica durante a relação sexual, como variar as posições e as formas de transar. Nada funcionou.
Então, tentei tomar hormônios para estimular a produção de óvulos durante seis meses. Engordei demais por conta disso e não resolveu. Na época, não tinha dinheiro para fazer uma inseminação e eu e meu marido começamos a nos desentender.
Chegamos a ir ao Fórum da Infância e Juventude para fazer nossa inscrição no processo de adoção. Só que nunca fomos chamados para nada, nem para entregar a documentação ou receber a visita de alguma assistente social.
A situação só piorou: foram brigas com meu marido, cobranças da minha ex-sogra porque eu não engravidava… Era terrível. Isso foi desgastando o casamento. Acabei este processo divorciada.
Desde que comecei com meu atual namorado, já retomei as tentativas, mas não adianta. A cada 28 dias, a tristeza volta a se instalar no meu coração. Eu tento pensar menos no assunto, mas é difícil. Vejo mulheres engravidando na hora em que desejam ser mães e eu não consigo. Fico triste e me pergunto: por que eu não sou capaz? Será que não seria uma boa mãe? Dói demais.
Hoje não acredito mais no meu final feliz. Sou uma mulher independente, que mora sozinha e tem uma situação financeira estável, mas que não está completa. Me falta a parte mais linda da vida de uma mulher: ter em seu ventre o fruto de sua vida, sua continuação.
Mas vou vivendo o que tenho e nunca admito que isso me dói. Digo para os outros que agora não quero mais porque as pessoas me olham com pena. Então, respiro fundo e digo: ‘Imagina, ser mãe aos 42 anos!’. Mas é mentira. Isso é o que eu mais desejo. De coração”.
Daniela Brunela, 42 anos
LLBO 6 de junho de 2017
Me identifico com você. Não casei cedo, por que assim que soube que não poderia ter filhos, comecei a me questionar o por que e como seria uma familia de duas pessoas… Mas conheci meu atual marido e acabei me casando aos 39 anos, e isso já é uma boa desculpa para não me perguntarem de filhos, afinal já estou “velha” para isso, aos 43 anos.
Agora também desisti, passei periodos de doenças e depressão, larguei uma carreira promissora, por que a dor de ser infertil era tão grande que doia até quando eu respirava… Agora estou me reerguendo, voltei a estudar e fiz mais duas faculdades, duas especializações e estou cursando um mestrado, procuro um sentido para viver, durante muito tempo pensei em desistir da vida, mas agora parece que me conformei, e apenas sigo vivendo e não olho mais a vida de outras mulheres. Deve ter um bom motivo para Deus não ter me permitido ser mãe do meu próprio filho, mas em compensação, com o trabalho voluntário e meus sobrinhos fui mãe de coração.
O meu tempo de ser mãe já passou, hoje não tenho mais saude fisica ou psicológica para ser responsável por um outro ser…
Sorte para você.
Pri Portugal 6 de junho de 2017
LLBO, decidir quando parar as tentativas é realmente um processo muito pessoal e só a gente consegue entender o nosso limite e até onde ir. Temos algumas histórias aqui no site de quem desistiu e encontrou seu caminho e sua felicidade. Também temos histórias de quem adotou e está feliz assim. É difícil, mas é uma questão de encontrar nosso caminho e nossas respostas, né? Sinta-se abraçada e pode desabafar aqui sempre que sentir vontade. Beijinho
Ba 4 de dezembro de 2019
Me ajuda, tenho 34 anos, estamos a tentar já faz quatro anos e não foi encontrada nenhuma causa. Estou bem deprimida e sinto que não tenho com quem conversar. Ninguém parece entender. Meu marido deve estar de saco cheio de me ver chorar.
Pri Portugal 16 de janeiro de 2020
oi, Ba, bem-vinda ao Cadê, desejo que se sinta acolhida. Antes de mais nada, te aconselho a ler esses 4 posts: http://www.cademeunenem.com.br/espermograma-com-analise-de-fragmentacao-de-dna/ e http://www.cademeunenem.com.br/quando-procurar-um-especialista-em-reproducao/ e http://www.cademeunenem.com.br/tireoide-e-fertilidade/ e http://www.cademeunenem.com.br/entrevistei-o-medico-causas-da-minha-infertilidade/
Vcs já fizeram todos esses exames e realmente não tiveram diagnóstico?