Querido diário,
sabe o luto? Quando você perde alguém que amava muito e precisa passar por um período de recolhimento, por alguns dias – ou meses ou anos – tentando entender aquela dor, e depois conviver com ela para, por fim, sobreviver apesar dela e seguir em frente?
Então, com a impossibilidade de engravidar, ele pode não existir. Isso porque o diagnóstico – bem comum – de “infertilidade sem causa aparente” não dá o ponto final de que você precisa para entender que é hora de desistir e partir para outro momento da sua vida: seja um futuro sem filhos, seja a adoção.
Ontem estivemos pela primeira vez em um grupo de apoio à adoção e a palestra da psicanalista mexeu muito conosco. Ela disse – com boas doses de razão e uma pitada de radicalismo, na nossa opinião – que, enquanto um casal não vence o luto da não-gravidez, sua mente está ocupada pela ausência, e que talvez nessa mente não haja espaço para uma criança adotiva.
Desde então, algumas questões não param de martelar a minha cabeça: já superei este luto? Pior: ele sequer começou? Como vou saber que superei? Será que algum dia vou superar? Muitas perguntas, nenhuma resposta…
*Para ler a íntegra do Diário da Minha Não-Gravidez, clique aqui.
Se tem uma história parecida para me contar, me procure aqui.
Alice 11 de dezembro de 2017
Domingo dia 3/12 fizemos um almoço para as crianças do Lar Moisés – Curitiba, durante a refeição entre as 16 crianças felizes havia uma única criança triste sem correr e brincar. Me aproximei dela com total delicadeza e um pouco de receio daquela menina de apenas 8 anos e perguntei se podia ajudá-la, com muita tristeza ela me perguntou:
– Tia você pode ensinar uma mãe amar?
Pergunto a vcs Como eu poderia fazer isto?
Como gostaria de pedir ao papai Noel um bebê para cada uma de vcs quase-maes, e uma mãe que soubesse amar a cada criança que sofre o abandono.
Pri Portugal 13 de dezembro de 2017
<3 lindo!