“Aos 39, depois de dois anos de luta, engravidei. Mas preciso de ajuda”

“Nossa luta começou há dois anos, quando resolvemos ter um bebê. Nem sempre é simples como parece e nosso caso foi doloroso e sofrido. Quando começamos a tentar, meu ginecologista pediu alguns exames e disse que estava tudo bem e que em três meses já teríamos um positivo. Receitou algumas vitaminas e viemos embora. Mas, na época com 37 anos, eu tinha medo de não conseguir.

Todo mês era aquela ansiedade e a tristeza quando a menstruação se fazia presente. Seis meses depois, ela atrasou cinco dias. Fiz o teste de gravidez e deu negativo. Eu sairia de férias naquela sexta-feira e iria viajar para o Rio de Janeiro. Fui instruída pela recepcionista de um laboratório a aguardar mais três dias para repetir o exame. Negativo novamente.

Voltamos e eu marquei uma nova consulta. O médico constatou que eu estava com um cisto no ovário direito. Ele foi péssimo, pois não me falou com resolver o problema. Saí chorando do consultório, achando que teria que fazer uma cirurgia.

Repeti o ultrassom e aí, sim, ele receitou uma medicação, dizendo que em uma semana o cisto se dissolveria e a menstruação voltaria. Só que não foi simples assim. Passei 90 dias sem menstruar e chorava quase diariamente. Mas fui muito abençoada com o marido que tenho. Ele foi meu esteio e equilíbrio, sempre me animando, me incentivando e participando comigo. Liguei para o médico ao fim dos 90 dias e ele disse que que não havia nada a fazer além de tomar o medicamento e aguardar. A não ser que quisesse operar, mas precisaria pagar e, como não tinha condições, aguardei.

Um belo dia a menstruação veio e recomeçamos a luta, mas eu não confiava mais naquele médico. Juntei um valor e fui até uma outra ginecologista: paguei a consulta e muitos exames. Resultado: nada de errado. Nem comigo, nem com meu marido. Ela me receitou um indutor de ovulação por quatro meses e disse que, se até dezembro não conseguíssemos, deveríamos fazer uma histerossalpingografia. Mas avisou que o exame era desconfortável, caro e que achava que não seria necessário. Não conseguimos.

Nesse tempo, perdi o emprego e comecei a vender marmitinhas fit para

meu sustento. Mas não desisti do meu sonho. Tentei de tudo: chás, remédios, promessas e até cirurgia espiritual. Fui ficando exausta e entrei em depressão. Até discussões com meu marido começaram a surgir. Perdi a vontade de trabalhar, só chorava, me desesperava e me revoltava com Deus.

Conversei com uma amiga, que me indicou um psicólogo e levei alguns meses até me reerguer. Ao mesmo tempo, pedia ajuda para aceitar mais uma negativa, caso viesse. Queria aprender a conviver com a possibilidade de não ser mãe. Fiquei bem melhor.

Em dezembro, fui ao posto de saúde e contei toda a história para a médica. Pedi que me ajudasse a conseguir a histerossalpingografia e deu certo. O exame foi agendado para janeiro, em Atibaia, a uns 150 km de onde moro, em Águas de Lindoia. E lá fomos nós. No caminho, eu disse ao meu marido que estava exausta e não tinha mais forças para lutar. Que esse era meu último exame, minha última tentativa. Que se não descobríssemos o real problema, eu não iria tentar mais. Para mim, adoção estava fora de cogitação, pois eu via como um atestado de que não tinha sido capaz de engravidar e a criança não teria culpa disso.

Fiz o exame e foi tranquilo, mas demorou uma vida para ficar pronto. No dia em que pegaria o resultado, tinha retorno com a médica do SUS. Era exatamente no dia em que eu menstruaria. Uma segunda-feira. No domingo anterior, eu tinha uma entrega de marmitinhas perto de uma farmácia. Parei o carro e comprei um teste de R$3. Pensei: ‘não vou gastar, vai dar negativo mesmo’.

Segunda de manhã fiz o teste e deu positivo! Quase morri de felicidade, mas não quis contar ao meu marido, pois tinha medo de o teste não ser seguro. Esperei ele ir trabalhar e fiz o beta Hcg. O rapaz do laboratório me mandou o resultado por e-mail. Fiz uma surpresa para o meu marido e foi muito emocionante. Estamos imensamente felizes!

Nossa menina já está com 29 semanas, é linda e perfeita. Marcela Maria está prevista para 14 de outubro. Agora, estamos enfrentando outra dificuldade: eu e meu marido estamos desempregados e acumulando dívidas. Peço que quem puder nos ajudar, por favor, contribua com essa vaquinha virtual que criamos aqui.

Taís Silva, 39 anos, mãe da Marcela Maria, que deve nascer em outubro


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