“Sou casada há 17 anos e tenho um filho de 15. Desde que ele tinha 2 anos decidimos aumentar a família e paramos de prevenir uma gravidez. Éramos novos e tínhamos todo o tempo para nós, mas os meses foram se passando e nada de engravidar. Resolvi procurar meu médico do SUS e ele me pediu alguns exames simples. Deu tudo normal e resolvemos tentar mais um ano, já que estava tudo ok.
Passou-se mais um ano e… nada. Procurei outro médico e foi aí que tudo começou. Descobri que estava com ovários policísticos e com uma pré-diabetes. Então, fiz mais de um ano de tratamento. Não conseguia engravidar.
Foi quando resolvemos procurar um especialista. Chegamos bem nervosos na nossa primeira consulta, pois eu queria saber o que de fato estava acontecendo conosco. Afinal, já tínhamos um filho e não tinha sido difícil engravidar dele.
O médico nos pediu um monte de exames, alguns que nunca tinha visto. Confesso que não fiz alguns até hoje, porque sairia muito caro e nossas condições não estavam das melhores. Fiz os que podia e voltamos na consulta para ver os resultados. Comigo estava tudo bem, mas meu marido tinha poucos espermatozoides e ainda muito lentos. O médico explicou que era como se eles não tivessem força para chegar ao destino.
Lembro como se fosse hoje como saí daquela consulta: arrasada e chorando muito. Meu marido tentava segurar a barra, mas eu sabia que no fundo ele estava muito pior que eu. Afinal, o médico disse com todas as palavras que eu só teria chance de engravidar com uma inseminação ou uma FIV devido à qualidade dos espermatozoides dele.
Decidimos que mesmo que houvesse apenas 1% de chance, nós iríamos buscar porque era nosso filho que estava ali nos esperando… Começou a nossa luta para guardar dinheiro porque um tratamento assim estava longe do nosso alcance e o tempo era nosso inimigo: nessas idas e vindas a médicos já tinham se passado alguns anos.
Em dezembro de 2017, já tínhamos o dinheiro do tratamento e não contamos o que íamos fazer para ninguém da família. Se já tínhamos a cobrança para ter outro neném, eu não queria lidar também com a expectativa de todos em torno da inseminação.
Em janeiro de 2018, meu filho começou a praticar um esporte radical: a montaria em touro. Ele sonha em transformar isso em profissão, mas só deixamos participar de provas se eu ou o pai estivermos juntos. Então, viajamos quase todo fim de semana para cidades diferentes. Pensando nisso, disse para o meu esposo que não queria mais fazer tratamento para engravidar. Ele ficou surpreso: ‘como assim, amor? Lutamos por isso, você sempre quis um segundo filho’. E eu respondi: ‘eu já sou mãe e meu filho precisa de mim. Se Deus quis assim é porque ele sabe o que é melhor para nós’. Ele ficou bem triste, mas acabou aceitando.
Passamos a nos dedicar somente ao meu filho e pedi para Deus tirar aquele desejo do meu coração. Assim foi meu 2018, acompanhando meu filho por aí. Minha menstruação estava prevista para o dia 30 de dezembro de 2018, mas ela não veio.
Não esquentei muito a cabeça porque sempre acontecia de atrasar. Ironia do destino! Com oito dias de atraso, resolvi fazer um teste rápido na certeza do negativo. Mas, para minha surpresa, a segunda listra estava lá. Sem acreditar, fui e fiz outro. A segunda listra apareceu novamente. Corri no laboratório, fiz o exame de sangue e, acreditem, veio o positivo mais impactante da minha vida.
O som do seu coraçãozinho batendo é o mais lindo do mundo e foi assim, do nada, que ele chegou em nossas vidas, depois de mais de 10 anos na luta. Eu me emociono muito quando paro e penso em tudo que passamos, em cada centavo guardado para o tratamento. Espero de alguma maneira poder ajudar alguém com a minha história”.
Amanda Oliveira, 38 anos, grávida de 15 semanas e mãe do Cauê Henrique, de 15 anos
Daniele 27 de março de 2019
Que linda história! Parabéns!
Relatos como esse, me faz sentir mais segura e forte e com esperança sempre!
Pri Portugal 5 de abril de 2019
<3 Fico contente, Daniele. Bjinho, Pri