Hoje, a inglesa Louise Brown completa 40 anos. Por que essa notícia é importante? Porque ela é chamada de primeiro bebê de proveta do mundo. Sim, ela foi a primeira pessoa na história da humanidade a ser concebida graças a um procedimento de fertilização in vitro. Quarenta anos atrás. É pouquíssimo tempo se levarmos em conta que a cardiologia, primeira especialização da medicina, nasceu no século 18. Curiosidade: o clínico francês Jean Nicholas Corvisart, médico de Napoleão Bonaparte, foi o primeiro a se autodenominar especialista em coração.
Eu, que nem tinha nascido, não consigo imaginar, porém, o alento que a notícia do nascimento do primeiro bebê de proveta do mundo trouxe a casais que tentavam engravidar há anos sem nenhuma ponta de esperança. Sim, porque o conhecimento se espalhou rapidamente mundo afora e o tratamento foi se tornando mais acessível. Essa é a boa notícia, claro.
A má é que esse “acessível” ainda tem muitas ressalvas. E a parte financeira é um grande obstáculo para que todo casal possa realizar o sonho de ao menos tentar passar por uma fertilização in vitro (FIV, para os íntimos). Outro entrave é a falta de diagnósticos. Não estou culpando os médicos nem nada disso, afinal, como ciência novíssima que é, nem tem como a medicina reprodutiva ter todas as respostas. Mas o fato é que um tratamento supercaro muitas vezes é indicado para casais que nem sabem o que têm. E muitas das vezes o resultado é desastroso.
Como eu contei aqui no Diário da Minha Não Gravidez, precisei passar por três FIVs até ter meu neném aqui na barriga. E o baque era tão grande depois de cada resultado negativo que eu levava um ano para me recuperar. Só deu certo quando tive o diagnóstico (e o tratamento) adequados.
Mas voltemos à Louise Brown, o primeiro bebê de proveta do mundo. Nessa entrevista à BBC, ela conta que, por conta da comemoração seus 40 anos, decidiu entregar as centenas de cartas recebidas por sua família na época em que sua mãe estava grávida dela ao Bristol Archives. E a entidade, que reúne arquivos históricos da cidade de Bristol, na Inglaterra, colocou as correspondências em exposição. Entre elas, mensagens esperançosas de mulheres que tentavam engravidar e, que pela primeira vez, viam a possibilidade de engravidar.
Foto: Reprodução/ Bristol Books CIC