Um filme sobre infertilidade

Incompreensão por parte da família, casamento abalado, autoestima no pé, barriga roxa de tanta injeção, a dúvida entre desistir ou tentar mais uma vez, as infinitas esperas para consultas e para o beta HCG… essas cenas que todas nós conhecemos fazem parte do filme sobre infertilidade “Mais uma chance”, disponível no Netflix.

O casal de protagonistas, vivido por Paul Giamatti e Kathryn Hahn, vive a montanha-russa de sentimentos após anos tentando engravidar e depois de terem passado dos 40 anos – afinal, optaram por dar prioridade à carreira antes de pensar em ter filhos. Quem nunca? Mas mais que um filme sobre infertilidade, esse é um filme sobre amor, sobre família (que vai além de laços de sangue) e sobre a importância de o casal tomar as decisões juntos. A família questionando: “mas por que eles não adotam? Estão viciados nessa questão da fertilidade!” é também uma cena conhecida de quem vive o drama de não conseguir engravidar.

Delicado, o filme não apela para os clichês hollywoodianos, mas mostra as angústias nossas de cada tratamento, o perrengue para conseguir dinheiro, o drama da mulher de tomar a decisão de aceitar a ovodoação e… os caminhos a seguir quando tudo dá errado.

Tem ainda pitadas de humor, como quando ao preencher a ficha da FIV, a personagem de Kathryn começa a, aparentemente, repensar sua decisão dizendo em voz alta na sala de espera (ao lado de outros casais, claro): “Ter um filho é um ato imoral. Superpopulação, mudança climática, ascensão do neofascismo…” chocando todo mundo ao seu redor. Mais uma vez: quem nunca tentou se enganar pensando que foi melhor mesmo não ter engravidado, né?

O final do filme eu obviamente não vou contar, mas deixa a gente de boca aberta e promove uma boa conversa a dois. Eu queria saber a opinião de vocês, meninas? Alguém já assistiu? É tão raro o cinema trabalhar com essa temática, né? Vocês têm alguma outra sugestão de filme sobre infertilidade? Por ora, fiquem com o trailer:

 


5 thoughts on “Um filme sobre infertilidade

  1. Sandra Kiss Responder

    Pri!!! Vi o filme há algumas semanas e juro que pensei em te indicar na hora para um post sobre ele! Você leu meus pensamentos!
    O filme é incrível, vale super a pena ser visto para uma reflexão sobre nossas jornadas e, sinceramente, me perguntei se estou viciada na questão fertilidade. O céu realmente é o limite? Quanto devemos investir emocional e financeiramente? Saberemos qdo parar, mesmo se o sonho não se realizar? De fato, se ver representada na tela da tv abre vários parêntesis, trazendo a tona emoções que às vezes colocamos de lado nessa frenética montanha russa da infertilidade. Contudo, talvez sejam exatamente aí que se encontram as respostas.
    Boa hora para você!! Bjokas!!

    1. Pri Portugal Responder

      Concordo plenamente com vc e justamente por isso achei o final tão impactante e importante, menina. Sobre saber quando parar foi algo que me perguntei bastante também, tanto que cheguei a fazer esse post aqui, vc viu? http://www.cademeunenem.com.br/parar-de-tentar-engravidar/ Acho fundamental a gente se fazer esses questionamentos, mesmo que seja para seguir com mais certeza ainda do que queremos, né? Bjinho

  2. Mariane Responder

    Uau, acabei de assistir.
    Dica #1: Não assista!
    Dica #2: Não assista com seu marido!
    Dica #3: O processo já é difícil sem autopiedade, não piore as coisas.

    1. Pri Portugal Responder

      Interessante sua percepção. Eu não havia feito a leitura da autopiedade. O que mais chamou minha atenção foi ver um casal perdido sobre os caminhos a seguir, desiludido com os resultados, mas ainda assim unido…

  3. […] como eu. Por mais gratidão que vocês sintam, nessa trajetória contra a infertilidade há dias em ... cademeunenem.com.br/dia-das-maes-pode-chorar

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